Proposta de rotina de estágio para a formação de professores do ensino básico

Associação de Ensino de Itapetininga
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras
Coordenadoria de Estágio




PROPOSTA DE ROTINA DE ESTÁGIO

PARA A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DO ENSINO BÁSICO



1998
Sumário


Apresentação, 3

Introdução, 4
Organização da Coordenadoria de Estágio, 6
Descrição e estrutura, 6
Funções, 7
Proposta de Atividades de Estágio, 8
Introdução, 8
Fundamentos e princípios, 9
O “Guia de Atividades de Estágio”, 12
Atribuição de horas e conclusão do estágio, 14
Distribuição da carga horária conforme os cursos, 15
Atividades de formação geral e
atividades de formação específica, 17
Apresentação


A presente Proposta de Rotina de Estágio para ser executada pelos alunos da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Itapetininga tem o objetivo de servir de subsídio para a elaboração dos Projetos Pedagógicos e Curriculares dos Cursos de História, Pedagogia, Ciências Sociais, Letras e Matemática da referida Faculdade.
O texto a seguir está dividido em duas partes.
Na Primeira Parte, é apresentada a estrutura formal da Coordenadoria de Estágio da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, a qual cabe toda a responsabilidade pela organização, supervisão e controle burocrático do estágio desenvolvidos pelos alunos.
Na Segunda Parte, encontra-se a apresentação da Proposta de Atividades de Estágio em sua relação com as características e exigências pedagógicas dos cursos de Licenciatura em História, Pedagogia, Matemática, Letras e Ciências Sociais e das habilitações especiais em Geografia e Supervisão, Administração e Orientação Escolar.


Introdução

A prática de estágio para formação de professores em nível superior é questão já há muito debatida por especialistas e algumas instituições escolares que se preocupam com a questão da relação teoria e prática no currículo de formação profissional dos futuros professores. Ainda que não se possa resumir aqui, neste Projeto de Trabalho, toda a complexa rede de críticas, considerações e propostas apresentadas por esses autores e instituições, nota-se, como ponto comum a toda essa produção, a defesa do estágio profissionalizante como um dos aspectos mais importantes na trajetória acadêmica dos alunos, apesar do freqüente descaso com que é tratado tanto por algumas instituições de ensino quanto pelos próprios alunos, que muitas vezes o identificam como uma atividade sem interesse.
Por parte dos estudiosos, porém, o estágio, quando bem planejado e corretamente supervisionado, é considerado como um momento privilegiado na formação profissional do professor, pois permite não apenas a percepção refinada da realidade que será o seu futuro mercado de trabalho e dos seus próprios potenciais intelectuais para agir nessa realidade, como também a possibilidade de confrontar as teorias ensinadas nos cursos de licenciatura com a prática real que se desenrola nas escolas de ensino fundamental e médio.
A esse respeito, é muito interessante a opinião de Fávero, cujas afirmações a respeito dos cursos de Pedagogia, podem perfeitamente ser estendidas para os demais cursos de Licenciatura:

“Não é simplesmente freqüentando um Curso de Pedagogia, fazendo um Mestrado ou Doutorado em Educação que alguém se torna educador. É sobretudo num comprometer-se profundo, como construtor, organizador e pensador permanente do trabalho educativo que o educador se educa. Em particular, a partir de sua prática, cabe-lhe construir uma teoria, a qual, coincidindo e identificando-se com elementos decisivos da própria prática, acelera o processo em ato, tornando a prática mais homogênea e coerente em todos os seus elementos” (1981: 13)

O “comprometimento profundo”, assinalado por Fávero, entre o futuro professor com a realidade à qual ele servirá, coloca-nos diante de um dos problemas mais cruciais de toda a educação escolar brasileira, que é a sua notória má qualidade e a necessidade, já há muito tempo urgente, da transformação radical dessa situação. A proposta de estágio aqui apresentada, como se poderá ver mais adiante, parte justamente dessa constatação e desse desejo de mudança. Por isso a insistência, claramente visível nas primeiras atividades de estágio, para que os alunos não realizem apenas o chamado estágio de observação em sala de aula, mas sim, antes disso, realizem pesquisas com a comunidade, com a instituição e com o corpo docente e discente que formam e conformam a escola onde estão estagiando.
Porém, se a má qualidade do ensino básico, em cujo mercado de trabalho vão atuar nossos alunos, é um problema mais de ordem política, justificando as atividades de estágio acima propostas, por outro lado não se pode desprezar, sob pena de cair num engajamento político excessivo, que a formação técnica e específica do professor é tão necessária quanto o desenvolvimento do seu senso de responsabilidade social.
Assim, acreditando que os dois aspectos, o político e o técnico, não se excluem, mas antes se complementam, é que esta proposta de estágio inclui atividades minuciosas de preparação de aula, desenvolvimento de material didático e elaboração de relatórios, obrigatórias a todos os alunos, e específicas para cada curso de licenciatura.
A Coordenadoria de Estágio
da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras


Descrição e estrutura


A Coordenadoria de Estágio (C.E.), está atualmente organizada em sala própria, contando com todo o mobiliário necessário para o arquivamento de documentos, murais para divulgação de material de interesse geral, balcão de atendimento ao alunado, telefone, além de computador e impressora. Também pertencendo à C.E., mas sediado no prédio da Biblioteca Central da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, existe um acervo, de cerca de 60 títulos, com obras de referência sobre programas curriculares oficiais, de livre empréstimo para o alunado.

O corpo de funcionários é composto por um coordenador geral, dois secretários e um auxiliar para serviços gerais.

A C.E. funciona em dois períodos:
- manhã: entre 8:00 e 12:00; e
- noite: entre 19:00 e 23:00.

Funções

São funções da C.E.:
- cuidar do planejamento, coordenação e supervisão das atividades de estágio profissionalizante dos alunos dos cursos de Letras, História, Pedagogia, Matemática, Geografia e Ciências Sociais da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da A.E.I.
- zelar pelo bom andamento da rotina de estágio dos alunos, promovendo um constante intercâmbio de idéias entre os estagiários, os professores e os agentes externos à instituição responsáveis pelo acolhimento dos estagiários;
- cuidar de toda a rotina administrativa inerente ao controle burocrático das atividades de estágio dos alunos, arquivando documentos, expedindo ofícios, avaliando relatórios, conferindo fichas de controle de horas de estágio, mantendo em dia a correspondência e estipulando calendários de atividades;
- responsabilizar-se pela supervisão da execução das atividades de estágio feitas pelos alunos;
- cuidar para que todos os alunos tomem ciência dos prazos, requisitos e demais exigências para o bom cumprimento das atividades de estágio;
- manter informada a diretoria da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da A.E.I. sobre o andamento das atividades desenvolvidas;
- publicar um Boletim Informativo semestral sobre as atividades desenvolvidas e sobre as que ainda serão desenvolvidas;
- expedir certificados de conclusão de estágio para os alunos da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras.
Proposta de Atividades de Estágio


Introdução

Com a organização da Coordenadoria de Estágio da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da A.E.I. em março de 1998, iniciou-se uma experiência piloto de coordenação e supervisão das atividades de estágio, através do estabelecimento de uma seqüência de tarefas a serem desenvolvidas pelos alunos, a que se deu o nome de “Guia de Atividades de Estágio”.
Para essa experiência, foram envolvidas as classes de primeira série dos cursos de Letras, História, Matemática e Pedagogia, ficando de fora as demais classes do ciclo básico e as da segunda série, cujos alunos continuam seguindo as orientações já determinadas em anos anteriores.
As limitações impostas à realização da experiência piloto justificaram-se pela necessidade de manter a coerência entre as atividades de estágio que já vinham sendo realizadas pelos alunos das segundas séries, com as outras atividades já previstas para o seu encerramento. Por outro lado, como organização nova que é, a C.E. julgou por bem ter cautela quanto à aplicação de um nova proposta de planejamento, coordenação e supervisão do estágio profissionalizante.


Fundamentos e princípios

A nova proposta de planejamento, coordenação e supervisão das atividades de estágio para os alunos da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras foi elaborada a partir de ampla pesquisa em bibliografia especializada, bem como em experiências já realizadas por outras faculdades congêneres, particularmente pelas Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Presidente Prudente, Pontifícia Universidade Católica de Campinas e Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da UNESP de Assis.
Das considerações surgidas a partir dessas fontes, deve-se ressaltar o importante papel, para as tomadas de decisões inerentes à elaboração da nova proposta, das proposições atualmente defendidas e divulgadas pelo Instituto Paulo Freire de São Paulo, o qual tem insistido na perspectiva de promover o avanço dos conceitos e práticas da cidadania através da educação escolar. Para isso, os pesquisadores dessa instituição sugerem que os próprios professores aperfeiçoem seus instrumentos de análise e intervenção na realidade escolar, através do uso crítico de técnicas, estratégias e metodologias das ciências sociais, como a entrevista, a observação etnográfica, a coleta de dados, a pesquisa participante, etc.
Aceitando esse e outros princípios decorrentes, a nova proposta de estágio apresenta ao futuro professor uma seqüência lógica de atividades de pesquisa, estudo e intervenção prática, adaptada à realidade da escola pública e particular brasileira, especialmente a existente em nossa região.
Com isso, é objetivo da presente proposta propiciar, ao estagiário, a possibilidade de enriquecimento do seu cabedal de conhecimentos específicos relativos à sua área de especialização, sem que com isso fique desprezada a sua formação pedagógica mais ampla.
Dito de outro modo, a presente proposta pretende ser um ponto de confluência entre os quatro aspectos que, em nosso entender, devem fazer parte da formação de professores: isto é, o conhecimento do acervo específico da área de especialização (Matemática, História, Letras, Ciências Sociais, Geografia e Pedagogia), o conhecimento das teorias sobre o ensino e a educação (conhecimento pedagógico), conhecimento da realidade escolar da região sul-paulista (mercado de trabalho do nosso aluno) e, finalmente, conhecimento da realidade sócio-política brasileira.
O gráfico seguinte resume o que foi dito acima:

Conhecimentos específicos da área de especialização
(conhecimento didático do ensino de línguas, matemática, história, geografia ou ciências)


Realidade social e política brasileira e da região sul-paulista
ATIVIDADES DE ESTÁGIO
Realidade escolar da região sul-paulista
Conhecimentos gerais de teoria do ensino e da educação


Para a boa execução dos objetivos levantados pela nova proposta de estágio, foi necessário fixar alguns parâmetros e diretrizes que pudessem garantir o sucesso da iniciativa, os quais se resumem nos seguintes aspectos:
1º - as atividades de estágio estabelecidas pela C.E. e cujo cumprimento passará a ser tarefa obrigatória dos alunos, deverão respeitar as características de nossa clientela;
2º - as atividades de estágio devem ser concebidas de forma a permitir que os alunos as executem mesmo em locais distantes da cidade sede da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, já que a grande maioria do alunado é residente nas cidades circunvizinhas;
3º - as atividades de estágio devem estar organizadas de tal forma que permitam a sua coordenação e supervisão sem a necessidade de deslocamento constante da equipe da C.E. para os locais onde o estágio se realizar;
4º - em vista da própria estrutura curricular da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, cujos cursos estão organizados em três anos de duração (com exceção do curso de Matemática, com quatro anos), sendo que o primeiro ano, chamado de Ciclo Básico, é formado por disciplinas comuns a todos eles, as atividades de estágio devem estar organizadas numa seqüência tal que permitam a progressiva especialização das experiências práticas pedagógicas mais gerais para atividades finais adequadas e próprias para cada curso e habilitação específico.
5º - as atividades devem ser, tanto quanto possível ou tanto quanto recomendável, o mais padronizadas possíveis, a fim de facilitar o seu controle burocrático.

Além das condições ditas acima, para a presente Proposta, considera-se que:

- o estágio para formação de professores é uma das atividades mais importantes para o estudante, pois é aí que se dá o encontro entre a teoria e a prática, cuja discussão permite o aprimoramento curricular, o melhoramento da formação do futuro professor e, por conseqüência, a melhoria da nossa própria realidade escolar, cujo mal desempenho já é fato notório;
- o estágio deve ser dinâmico, isto é, deve ser concebido de forma a aproveitar ao máximo as energias criativas dos estudantes, permitindo-lhe uma atividade instigante, investigativa e reflexiva. O estágio não pode ser, portanto, passivo e maçante.


O “Guia das Atividades de Estágio”

Para satisfazer as condições apresentadas acima, optou-se por elaborar um “Guia de Atividades de Estágio”, um documento que, dividido em 9 partes, deverá ser entregue aos alunos a cada início de bimestre.
Basicamente, o “Guia de Atividades de Estágio” é composto de uma seqüência de 14 atividades, chamadas “tarefas”, cuja realização deve ser feita em escolas públicas e/ou particulares de ensino fundamental e médio localizadas na própria cidade do estagiário.
As tarefas estão organizadas de modo crescente de complexidade, iniciando-se por atividades de pesquisa junto à comunidade que se serve da escola-campo-de-estágio, seguida de entrevistas com diretores, coordenadores, pais e alunos, investigação da estrutura administrativa e pedagógica da escola, até concluir com atividades de observação em sala de aula e elaboração de um plano de ensino a ser executado pelo estagiário na classe onde ele realizou suas observações.

A seqüência e os nomes das tarefas são os seguintes:*

Tarefa 1: Caracterização da comunidade local.
Tarefa 2: Caracterização geral da Escola.
Tarefa 3: Caracterização da estrutura física da escola.
Tarefa 4: Caracterização da rotina de funcionamento da escola.
Tarefa 5: Caracterização do corpo docente.
Tarefa 6: Caracterização da clientela.
Tarefa 7: Entrevista com pai ou mãe de aluno.
Tarefa 8: Levantamento das características pedagógicas gerais.
Tarefa 9: Investigação sobre os procedimentos de avaliação.
Tarefa 10: Investigação sobre as propostas curriculares adotadas pela escola.
Tarefa 11: Resumo do conteúdo curricular da escola.
Tarefa 12: Observação em sala de aula.
Tarefa 13: Elaboração de Plano de Aula.
Tarefa 14: Execução do Plano de Aula.
O controle das atividades desenvolvidas pelos estagiários se dá através da entrega periódica do próprio “Guia de Atividades de Estágio”, devidamente preenchido pelos mesmos, sendo obrigação da C.E. analisar todo o material recebido e acrescentar a rubrica de “de acordo” ou “não aceitável”.
Para garantir a veracidade das informações apresentadas pelos estagiários a respeito das escolas-campo-de-estágio, o “Guia de Atividades de Estágio” contém campos para a assinatura e carimbo do diretor, e do coordenador das mesmas.
Além da entrega do “Guia”, os estagiários devem elaborar, de próprio punho, quatro documentos. São eles, por ordem de realização:

1º Um relatório descritivo de suas impressões pessoais sobre a comunidade e a instituição escolar.
2º Um relatório sobre os processos pedagógicos adotados pela escola.
3º Um Plano de Aula.
4º Um relatório final, contendo observações sobre a execução de seu Plano de Aula e avaliação geral do seu estágio.


Atribuição de horas e conclusão do estágio

A atribuição de horas de estágio é feita pela equipe da C.E. a partir da entrega, pelo estagiário, de cada tarefa concluída. A lógica é simples: quanto mais cedo forem entregues as tarefas, mais cedo é concluído o estágio, findo o qual a C.E. elabora um certificado de conclusão a ser anexado no prontuário do aluno.

Cada tarefa possui uma carga horária específica, conforme a tabela abaixo:
Tarefa 1 - 20 h

Tarefa 2 Tarefa 3 Tarefa 4 - 25 h
Tarefa 5 - 30 h
Tarefa 6 - 30 h
Tarefa 7 Tarefa 8 - 35 h
Tarefa 9 Tarefa 10 Tarefa 11 -35 h
Tarefa 12 - 35 h
Tarefa 13 - 45 h
Tarefa 14 - 45 h


As atividades de estágio conforme cada curso específico de Licenciatura.

Como já foi dito, as atividades de estágio são comuns para os alunos do Ciclo Básico e posteriormente se diferenciam e se especializam conforme o curso escolhido por cada aluno.
Para os cursos de Licenciatura em Matemática, Pedagogia, Ciências Sociais, História e Letras, a entrega do Guia, e portanto o início do estágio, se dará a partir do segundo semestre do Ciclo Básico. Já para as Habilitações em Geografia (oferecida pelo curso de História) e de Orientação, Administração e Supervisão Escolar (oferecidas pelo curso de Pedagogia), o estágio, com atividades diferentes, será oferecido durante a realização de suas aulas, o que ocorre, geralmente, no último ano dos cursos, com exceção da Habilitação em Supervisão Escolar, a qual, franqueada somente aos concluintes do curso de Pedagogia, oferecerá estágio fora dos três anos normais do currículo mínimo de licenciatura.
A distribuição da carga horária do estágio de formação de professores para cada curso pode ser resumida no quadro a seguir:

Curso
Ciclo Básico
Primeiro Ano
Segundo Ano
Terceiro Ano
Carga horária total

Pedagogia

70 h

105 h

105 h

Não tem

300 h

Letras

70 h

105 h

105 h

Não tem

300 h

História (incluindo o estágio de Habilitação em Geografia)

70 h

105 h

105 h

Não tem

300 h

Ciências Sociais

70 h

105 h

105 h

Não tem

300 h

Matemática

75 h

75 h

75 h

75h

300 h


Já quanto a carga horária das Habilitações, o quadro seguinte resume sua distribuição:

Habilitação
Período
Carga horária total
Orientação Escolar
Durante o penúltimo ano de Pedagogia
120 h
Administração Escolar
Durante o último ano de Pedagogia
120 h
Supervisão Escolar
Após a conclusão do curso de Pedagogia
120 h

Por fim, deve-se acrescentar que, em relação as Habilitações oferecidas pelo curso de Pedagogia, por falta de regulamentação dos órgãos superiores, adotou-se, na presente Proposta, as exigências feitas ainda antes da aprovação da Lei 9.394/96. Com isso, o aluno que venha a realizar todo o curso de Pedagogia e suas Habilitações terá que executar 660 horas de estágio total (300 horas de atividades para formação de professor das disciplinas pedagógicas do magistério do ensino médio mais 120 de cada uma das três Habilitações). Esta contagem poderá ser alterada, portanto, caso surjam novas instruções oficiais.



Atividades de formação geral do professor e atividades de formação específica

O fato da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da A.E.I. constituir-se unicamente por cursos de licenciatura coloca como objetivo maior de seu currículo a formação de professores para algumas das diversas disciplinas que formam o núcleo comum nacional do currículo do ensino fundamental e médio.
Em vista disso, optou-se, como já foi dito, em seqüenciar as atividades do estágio de modo que as primeiras experiências são de orientação pedagógica geral, ficando para as últimas os trabalhos relativos à sua área de especialização.
Essas últimas atividades, cuja aprovação final depende também dos coordenadores de cada curso específico, segundo nossas sugestões, podem ser do seguinte tipo:
- organização de grupos para alfabetização de trabalhadores, envolvendo alunos dos cursos de Letras e Pedagogia;
- organização de grupos para realização de pesquisas sobre temas específicos da realidade escolar de nossa região, com alunos de Pedagogia e Ciências Sociais;
- organização, no caso dos alunos do curso de formação em História, de grupos para a organização de memoriais, museus volantes, coleta de depoimentos, registro de testemunhos, etc.;
- organização, especialmente com alunos do curso de Pedagogia, de campanhas de esclarecimento público sobre temas importantes da atualidade, como gravidez na adolescência, prevenção do uso de drogas, cidadania, etc.;
- para os alunos do curso de formação de professores de Matemática, é possível oferecer-lhes estágio no próprio Laboratório de Matemática já existente, aproveitando-os para atendimento ao público em geral ou para o monitoramento de visitas das escolas públicas e particulares do ensino fundamental e médio de nossa região;
- no caso de alunos do curso de formação em Língua Portuguesa e Língua Inglesa (Letras), é recomendável a criação de um Laboratório de Letras ou Oficina de Leitura e Redação, o qual além de prestar serviços para a comunidade escolar de nossa região e propiciar melhor formação geral para os futuros professores, poderia também ser aproveitado como local de estágio.


Bibliografia:

CANDAU, V. M. – Rumo a uma nova didática – RJ. Ed. Vozes. 1988.
FÁVERO, M de I – Sobre a formação do educador. A formação do educador: desafios e perspectivas – Série Estudos. RJ. PUC/RJ. 1981.
MELLO, G. N de – Magistério – in: ANDES, ano4, nº 7, 1984.
* Observação importante: por tratar-se de uma experiência piloto, a seqüência e a quantidade de tarefas poderão sofrer alterações no transcorrer dos próximos anos, caso assim se faça necessário.

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